Publiquei este comentário há exatamente um ano. Voltei ontem de São Paulo, e lá "a coisa" é muito, muito pior. Por isto, indignado de novo, e mais, volto a publicá-lo, sem necessidade de alterar uma vírgula. Continua tudo como antes (no quartel de Abrantes).
Antes de qualquer coisa eu gostaria de esclarecer que das pessoas que andam de motocicleta existem duas categorias, e isto já é consenso: os motoqueiros e os motociclistas.
Embora as repórteres de TV e o jornalistas de modo geral insistam em classificar a todos de motoqueiros, precisa ficar claro que os motoqueiros são aqueles bagunceiros do trânsito que não escolhem lado para passar pelos carros, que não respeitam as faixas de segurança, que não respeitam os semáforos e nem a sua própria vida. E ainda encontro gente para escrever em periódicos especializados tentando defender estes marginais em nome da pressa em prestar seu serviço.
Ora, senhores! Todos temos pressa no mundo atual. A pressa justifica que um médico da Hospital Universitário da UFSM me ultrapasse pelo acostamento da esquerda enquanto eu fazia uma ultrapassagem normal na RS 509? Não! A insensatez não tem classe nem categoria social.
E esta insensatez tem origem na falta de educação pura e simples, seja ela educação familiar, seja ela educação no trânsito; na permissividade, ou seja a sociedade vê as coisas acontecerem e ninguém se preocupa ("é assim mesmo!"); e, não menos grave na falta de controle e punição, pois não há efetiva fiscalização e penalização das infrações por parte dos agentes do trânsito, sejam estaduais, sejam municipais. Querem uma evidência disto? Em São Paulo chegou-se ao absurdo de criar um ilegal (não está regulamentado em Código de Trânsito nenhum) corredor de motos nas principais avenidas, onde os motoqueiros trafegam em velocidades notadamente superiores aos limites estabelecidos para o trânsito normal. E todos aceitam, colaboram e a selvageria aumenta dia a dia. Se por acaso um carro, por qualquer circunstância estiver um pouco desalinhado neste corredor leva um chute no espelho e lá se vão no mínimo R$ 300,00 de prejuízo para o motorista. Isto não é um tipo de coação, de amedrontamento?
Bem, o que fazer? Começar a se indignar, como meu me indigno, e pedir a quem de direito colocar um controle nisto.
Quando isto começar a ocorrer eu vou poder andar muito mais seguro em minha moto, ser reconhecido por motociclista, e os profissionais de fato, os motoqueiros por necessidade também serão respeitados e reconhecidos. Até lá, quando um "daqueles"passar zunindo por mim, pela direita, não vou me furtar de pensar: motoqueiro fiadamãe!